quinta-feira, 1 de julho de 2010

Dirty Projectors + Björk


Álbum: Mount Wittenberg Orca
Quando: 2010


Eu não tenho saco pra postar bastante. E não é como se eu fizesse muito da vida também, fico aí vagabundeando, ao léu, à deriva - mas acontece que as forças produtivas me escapam e eu sinto uma necessidade angustiante de não fazer absolutamente nada. Não sobra ânimo pra postar.

Aí eu chego aqui, reunindo toda a força de vontade que eu invoco dos meus ancestrais, e posto um disco ultra bacana como o do Tallest Man on Earth. Bato o pó das mãos e penso comigo mesmo: "É isso aí, até daqui uns meses, Yeswehavebananas!" e volto à minha confortabilíssima e rotineira falta de afazeres, sem dever nada a ninguém, de consciência tranquila e alma lavada.

Até que em uma situação extraordinária eu me vejo obrigado a voltar pra cá tão cedo. Essa situação extraordinária se chama Mount Wittenberg Orca.

Não vou gastar dedo apresentando a Björk pra ninguém, tem gente que ama, tem gente que odeia, tem gente que acha que não fede nem cheira, mas a verdade é que Björk é Björk e ela é foda. O importante é explicar quem são os Dirty Projectors, então vamos lá: é uma banda foda. Agora que todo mundo se conhece, vamos falar do disco: o disco é foda também.

Mas não é só foda. É bem foda. É uma barca em viagem etérea, quase imaterial, carregada por ondas de notas vocalizadas pelos integrantes do projeto: a instrumentalização é minimalista, sutil, dando espaço para o caráter mais orgânico dessa obra - composto principalmente por harmonias rechonchudas de vozes e cantorias. Como disco conceitual a narrar um bonito diálogo entre uma menina e uma mãe baleia (e seus filhotes), Mount Wittenberg Orca é direto ao ponto, e as interpretações dos ethos dos personagens são convincentes... e dão gosto de ouvir. É coisa fina, muy fina, cabrón.





Dirty Projectors + Björk - Mount Wittenberg Orca (2010)
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