Álbum: Lava Land
Estilo: Math Rock / Instrumental
Quando: 2005
Onde: Chicago/USA
Faz tempo, eu sei.
O horário anda apertado e cada vez que eu tinha que upar um disco eu sentia dores na alma piores do que pedra no rim, mas dessa vez vai. E eu garanto que valeu a pena esperar... Quer dizer, vamos fazer um trato. Meus próximos posts vão ser discos instrumentais geniais bem diversos no quesito estilo e clima, pra vocês gostarem, e o quarto vai ser uma coisa que EU gosto. Tem que prometer que vão baixar sem reclamar, heim!
Combinados então, começo essa catarata de posts com um Math Rock diferente. Notações de tempo esdrúxulas, climas que saltam de lá pra cá, guitarras arranhadas-angulares, tapping e two hands, escalas imprevisíveis... Que que tem de diferente! A diferença é que enquanto o 31knots e o DonCaballero fazem cara de gente estressada e o pessoal do fantástico Maps & Atlases faz bico como se tivesse acabado de acordar, esses meninos sorriem como molecada na quermesse, pedacinhos de paçoca grudados no dente.
Pra começar que o baterista é uma baita de um sacador. Ele é tipo um cruzamento entre o Abe Laboriel Jr. e o coelhinho da Duracell depois de uma cartela inteira de prozac. Viradas e batidas que não dá pra acreditar, tudo com uma naturalidade que o afasta do mau gosto dos metaleiros, apesar do virtuosismo. Só não dá pra dizer que ele é a alma da banda porque é sacanagem com o resto (mas ele é). Aí depois que o guitarrista é um baita filho de uma puta, que se inveja matasse eu tinha até comprado caixão. Tem horas que você fala "der, isso até eu toco", aí ele enche a mão e te vira um belo tapa na orelha pra você largar a mão de ser besta. Toca nada. E não só toca que nem um desgraçado, como também sabe compor temas geniais, coisa de cuzão mesmo - minhas orelhas doem até hoje de tantos trajetos pela Paulista com as suas cordas berrando no meu crânio. E isso pra não falar do baixista. O baixista, coitado, não tem muita vergonha na cara... O herege tem a pachorra de usar um baixo de seis cordas (que, na minha opinião, transforma o instrumento em qualquer coisa menos em um baixo), mas a gente perdoa. E perdoa porque ele faz muito bem o papel de baixista, não enche o saco e nem quer aparecer, não fica dando slap a la Flea e nem brincando na escala que nem o Wooten - mas ai de você, criatura ignorante, porque vira e mexe rola uma levada sinistra. Dá até orgulho materno.
Infelizmente, por enquanto o Piglet só lançou um EP. Claro que é um baita EP, mas é meio covardia. Agora, se você quer ouvir as boas novas: LPzinho em estágio de gravação. Quer dizer, é o que eu ouvi falar, mas a esperança é a última que morre.
Por que baixar?! Considerando que eu estou atolado de coisas para fazer e mal tenho tempo para ir ao banheiro, o simples fato desse disco conseguir colher uma força sobrenatural da minha osteoporose e hérnia de disco já deveria mostrar o quanto eu me importo com ele. Na verdade, eu sinto até vergonha de nunca ter ouvido falar desses caras até mês passado... Mas tenho certeza que eles vão me perdoar agora que fiz a minha boa ação entregando uma cópia virtual pirata de seu caprichado trabalho para vocês. Pirataria é crime, mas CD no Brasil é caro...