segunda-feira, 28 de abril de 2008

Rogério Duprat


Álbum: A Banda Tropicalista do Duprat
Estilo: Psicodelia/ Tropicalismo/ Erudito/ Um quê de Brian Wilson
Quando: 1968
Onde: São Paulo - Brasil


Todos nós sabemos que os tropicalistas não passaram de uns hippies sujos. Alguns que até entendiam de música e faziam coisas boas, mas hippie é hippie e é sujo.

Precisou chamar o maestro, Rogério Duprat, pra por ordem na casa e conferir fundamento ao tão aclamado movimento. Movimento que até então desenvolvia-se no achômetro, como todo bom estilo de artistas sem formação musical avança: aos trancos e barrancos, com belos acertos e erros medonhos, de doer o ouvido de velha surda.

Duprat, além da formação erudita, estudou com o grande Stockhausen, seguindo os passos do começo da música eletrônica. Porém, nesse disco o que impera é a genial mistura da psicodelia mais o ritmo brasileiro e a música clássica, em versões que vão desde a marchinha de carnaval Chiquita Bacana, passam pela bossa nova em Chega de Saudade, chegam em Mutantes (com a participação dos mesmos em diversas músicas) e viaja por artistas internacionais como Cowsills e Beatles em Lady Madonna e a incrível Flying. Todas com arranjos de metais de tirar o fôlego, na boa e velha mixagem de perda de qualidade de som dos anos 60 e lembrando o jazz de gramofone da época em que sua avó pensava em nascer. Com os vocais de Rita Lee e Segio Dias em algumas faixas (Sérgio dando aquela mãozinha com sua guitarra de ouro) e de resto, só o instrumental de dar inveja em Duke Ellington e de fazer Quincy Jones chorar.

Para aqueles que se orgulham de ser brasileiro só pela Bossa Nova e/ou Villa Lobos, ta aí mais um motivo de peso pra igualar na balança com Jobim

Lembrem-se sempre de que Caetano, Gil, Mutantes, Gal, Nara, e tantos outros passaram pelas mãos sábias do maior arranjador da história deste país.

São discos como esse que me mantém inflexível à vergonha nacional que avassala nosso mundo musical. Aprendam que "ah, tá bom!" não é realmente "bom", futuros músicos do meu Brasil brasileiro.

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160kbps


terça-feira, 22 de abril de 2008

Jim Noir



Gênero: Indie Pop/Psychedelic Pop
Onde: UK/Manchester
Quando: 2008


É incrível como as pessoas dão o título de "Poeta" pra qualquer babaca que aparece. Tupac amarrava um lenço na testa e berrava: "I see no changes, wake up in the morning and I ask myself, is life worth living, should I blast myself?", Renato Russo faz voz de cantor de sertanejo e cospe: "Quando o que eu mais queria era provar pra todo mundo que eu não precisava provar nada pra ninguém" e um exército de mongolóides cai de joelhos e berra: "POETA! POETA!". O-kay, pessoal, vão ler um livro.

Eu sou conhecido por desprezar letras de músicas. Eu brigo, xingo, esperneio, jogo coisas no chão só pra provar meu ponto. Mas, mesmo atolado em meu discurso anti-lyricista, tenho que admitir que dois projetos musicais possuem todo o meu respeito quanto ao conteúdo de palavras, e não só pela música em si. O primeiro é o nerdcore Optimus Rhyme (primeira letra hip-hop com a qual eu tenha me identificado). O segundo é o fabuloso poeta Jim Noir.

Em 2005 vimos o nascimento de um fantástico disco chamado Tower of Love. Fantástico. Recheado das harmonias mais nostálgicas da música moderna, com "papapapa"s e "uuuuuuuuh"s, arranjos vocais e melodias simplesmente apaixonantes - e não podemos nos esquecer das fantásticas composições . Quem pode dizer que compreende tão profundamente a natureza do amor quanto Jim Noir?


"I'm confused
I've got words I'd like to use
but they've all been said before
so I'm gonna use them all

I, me, you, I'm yours"


É de uma sensibilidade transcedental.

Desde "Tower of Love" esperamos ansiosamente uma resposta. Neste ano, finalmente, o poeta lançou seu segundo disco. Ludicamente nomeado "Jim Noir", a obra emana novidades. Mergulhando sua voz sobre voz em reverbs e construindo bonitas melodias imersas em um mundo de arranjos coloridos (tocando cada um dos instrumentos em cada uma das faixas, devemos bem lembrar!), carregadíssimos de trocas e trocas de sintetizadores e efeitinhos, equalização balanceada com carinho e até mesmo um vocoder em uma outra faixa, "Jim Noir - Jim Noir" transpira o seu lado psicodélico ainda mais do que o primeiro trabalho do compositor multi-instrumentista. E isso não é nada ruim.

Dando a luz a obras tão ricas e de qualidade tão incomum como o "Tower of Love" e esse novo Self-Titled, não dá pra entender porque continuam a subestimar tanto o poeta Jim Noir. Esse novo trabalho não deve nada ao original - muito pelo contrário, faz justiça como só poderíamos esperar do nosso herói de terninho e chapéu coco. E as letras! É claro, as letras...


“If you don’t want to be with me
what do you expect me to be?”


Nem Jung, nem Freud, nem Shakespeare. Ninguém entende a psique humana tanto quanto Jim Noir.


Porque baixar?! - Porque são músicas como "What U Gonna Do" e "Look Around You" que me inspiram a dizer... A melhor banda do mundo seria formada por Paul, George, Ringo e Jim. Bye bye "I am the eggman, I am the eggman, I am the Walrus" and hello "If you ever step on my patch, I'll bring you down".


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sexta-feira, 18 de abril de 2008

Franz Ferdinand




E aí, pessoal? Vai sair alguma coisa ou não?

terça-feira, 1 de abril de 2008

Descanse em Paz

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Ringo Starr
1940 - 2008








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