terça-feira, 22 de abril de 2008

Jim Noir



Gênero: Indie Pop/Psychedelic Pop
Onde: UK/Manchester
Quando: 2008


É incrível como as pessoas dão o título de "Poeta" pra qualquer babaca que aparece. Tupac amarrava um lenço na testa e berrava: "I see no changes, wake up in the morning and I ask myself, is life worth living, should I blast myself?", Renato Russo faz voz de cantor de sertanejo e cospe: "Quando o que eu mais queria era provar pra todo mundo que eu não precisava provar nada pra ninguém" e um exército de mongolóides cai de joelhos e berra: "POETA! POETA!". O-kay, pessoal, vão ler um livro.

Eu sou conhecido por desprezar letras de músicas. Eu brigo, xingo, esperneio, jogo coisas no chão só pra provar meu ponto. Mas, mesmo atolado em meu discurso anti-lyricista, tenho que admitir que dois projetos musicais possuem todo o meu respeito quanto ao conteúdo de palavras, e não só pela música em si. O primeiro é o nerdcore Optimus Rhyme (primeira letra hip-hop com a qual eu tenha me identificado). O segundo é o fabuloso poeta Jim Noir.

Em 2005 vimos o nascimento de um fantástico disco chamado Tower of Love. Fantástico. Recheado das harmonias mais nostálgicas da música moderna, com "papapapa"s e "uuuuuuuuh"s, arranjos vocais e melodias simplesmente apaixonantes - e não podemos nos esquecer das fantásticas composições . Quem pode dizer que compreende tão profundamente a natureza do amor quanto Jim Noir?


"I'm confused
I've got words I'd like to use
but they've all been said before
so I'm gonna use them all

I, me, you, I'm yours"


É de uma sensibilidade transcedental.

Desde "Tower of Love" esperamos ansiosamente uma resposta. Neste ano, finalmente, o poeta lançou seu segundo disco. Ludicamente nomeado "Jim Noir", a obra emana novidades. Mergulhando sua voz sobre voz em reverbs e construindo bonitas melodias imersas em um mundo de arranjos coloridos (tocando cada um dos instrumentos em cada uma das faixas, devemos bem lembrar!), carregadíssimos de trocas e trocas de sintetizadores e efeitinhos, equalização balanceada com carinho e até mesmo um vocoder em uma outra faixa, "Jim Noir - Jim Noir" transpira o seu lado psicodélico ainda mais do que o primeiro trabalho do compositor multi-instrumentista. E isso não é nada ruim.

Dando a luz a obras tão ricas e de qualidade tão incomum como o "Tower of Love" e esse novo Self-Titled, não dá pra entender porque continuam a subestimar tanto o poeta Jim Noir. Esse novo trabalho não deve nada ao original - muito pelo contrário, faz justiça como só poderíamos esperar do nosso herói de terninho e chapéu coco. E as letras! É claro, as letras...


“If you don’t want to be with me
what do you expect me to be?”


Nem Jung, nem Freud, nem Shakespeare. Ninguém entende a psique humana tanto quanto Jim Noir.


Porque baixar?! - Porque são músicas como "What U Gonna Do" e "Look Around You" que me inspiram a dizer... A melhor banda do mundo seria formada por Paul, George, Ringo e Jim. Bye bye "I am the eggman, I am the eggman, I am the Walrus" and hello "If you ever step on my patch, I'll bring you down".


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3 comentários:

Jesús Ruiz Pérez disse...

Mouto obrigado!
I discovered "Tower of love" in your site. And now another album by Jim Noir... Good work.

Anônimo disse...

Gosto bastante de seus comentários, postagens, musica que discute no blog e tudo mais, mas referente a dizer que qualquer um é idealizado como poeta e não é(? ao menos deixou bem claro a entender) foi um tanto egoista ou radical, pois um poeta não é um deus, daquele que deve ser perfeito em palavras para ser ele poeta, talvez você não goste de um ou outro, isso não faz deles não-poetas.

Lani Romée disse...

Pra mim faz. Acho essa história de conteúdo sem forma uma bela de uma picaretagem, e considerar poeta qualquer músico que grite "rape meeee" ou "sou uma gota daaaaguaaaaa" o belíssimo fim da picada.

Mas bom gosto é que nem perna, tem gente que simplesmente não tem.

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