domingo, 3 de abril de 2011

Labirinto


Álbum: Anatema
Estilo: Post-rock
Quando: 2010
Onde: São Paulo - Brasil


Quando entrei no auditório da Livraria Cultura, na verdade entrei em uma outra dimensão. Um ruído perene, sujo e artificial, atacou meus ouvidos assim que coloquei os pés pra dentro. A fumaça enlameava a visibilidade e refletia luzes da cor do âmbar que corriam por sobre os instrumentos e golpeavam as paredes. Imagens em preto e branco, de tratamento retrógrado, se lançavam sobre os instrumentos a percorrer por cenas industriais e aparatos mecânicos. Nenhum integrante da banda estava sequer presente no palco... mas o show já havia começado.

Essa ambientação onírica é parte do conceito e do ethos da banda Labirinto, uma banda tupiniquim que já arremessou arpões na crítica internacional - e fisgou todo mundo que importa. E não é sem motivo, como seria o caso do CSS ou do Holger, mas legitimado na gigantesca substância que verte pelas composições semi-eruditas do frontman Erick. À disposição em sua orquestra, o Labirinto conta com instrumentos que vão desde a dupla violino e violoncelo, passando pelos pilares do rock nas quatro guitarras, no baixo e duas baterias, e alcançando até o reino do glockenspiel, lap steel guitars e sintetizadores. Não se engane, porém: nenhum deles em abuso. Como composições sinfônicas, cada peça do repertório utiliza os instrumentos de forma esparsa, difusa ou explosiva - sem exagerar em nada. Nota por nota, como no disco, as músicas são interpretadas da maneira que foram escritas, a seguir um rigor barroco. Jamais matemático, contudo.

Sou fã de hip-hop, vocês sabem. Na adolescência decidi que se Camões tivesse sido rapper, daria um pau em todo mundo, de Andre 3000 a 2pac. Hoje decido que se Camões tivesse sido roqueiro, teria escrito Anatema.

Aos paulistanos: Dia 08 de maio, no Espaço Serralheria, rola o último show da banda por aqui antes de uma extensa turnê nos EUA e Canadá. Você sempre reclama que suas bandas favoritas não vêm ao Brasil, e a gringada tá pagando caro pra ver esse espetáculo brasileiro. Cinco reais a entrada de estudante por uma intensa viagem a um universo sinestésico e gruento, regido por uma banda que lançou um dos melhores discos nacionais dos últimos vinte anos? Tá mais barato que comprar doce. Nos dois sentidos.









9 comentários:

Anônimo disse...

Baixando!Com a música do vídeo estou empolgado pra ouvir!
Acompanho o blog faz tempo... sempre mto boas indicações de bandas!
Valeu
Abraços

Lani Romée disse...

é um disco do caralho, anon

ricardo disse...

3 de abril, cara, a gente já tá em novembro, eu tô com saudade de vocês.

Anônimo disse...

Eu tbm...por favor poste meu novo cd favorito! uhauhauah

Lani Romée disse...

vou voltar, gente!

ricardo disse...

sérião galera, um ano já....

ricardo disse...

lani romée, eu te odeio

Anônimo disse...

cadê meu novo cd favorito? uhauhauha voltem a ativa,vc só posta música boa!

Lani Romée disse...

não me odeiem! :(

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